sábado, 31 de janeiro de 2009

dissecar


Havendo o vento, pouca coisa há.
Um dedo açucarado
[1] se derrete
mexendo a minha vida como o chá.
Sobram notas de chuva de um trompete

Ao dizer, sei lá porquê, sei lá?:
“É isso, a história quase se repete”.
(Tenho um gato cor de rosa, como o Xá,
e alimento-o a damascos e sorvete).
..

Eu sempre fiz aquilo que não quis
mas sempre o que tive de fazer
me deixou constrangido e infeliz. ..

Hoje mesmo, farei o que puder.
E só coloco as mão nos quadris
para abrir mais os olhos ao morrer


[1] O teu… com que provas tudo!!


in Sonetos Perversos, Joaquim Pessoa

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