domingo, 29 de março de 2009

MALDOROR ou A HISTÓRIA INTERMINÁVEL

( tinta da china sobre papel)


* Mão Morta

terça-feira, 24 de março de 2009

Só quem saltasse o grande muro poderia ver no escuro o puro amor. E a cidade que venera novidades pôs-se aos saltos por aí e foi tropeçar, bêbada, no seu bordel. Só quem saltasse o puro escuro poderia ver no muro o grande amor. E a cidade que venera novidades pôs-se às cegas por aí e foi descambar, bêbada, na contramão. Só quem pudesse amar um muro ia andar assim no escuro a saltar. E a cidade que venera novidades beijou prédios, vedações, bancos, transacções, bêbada de construcções. Só quem amasse o escuro puro poderia ter um muro para saltar. E a cidade que venera novidades ergueu novas catedrais, naves espaciais, bêbada de tanto céu. Só quem amasse o puro salto lá do muro escuro e alto ia amar. E a cidade que venera novidades nunca pode resistir. Teve de explodir, bêbada, até ao fim.
JPSimões


segunda-feira, 9 de março de 2009

(pastel sobre cartolina preta)


"Schiavo Morente"

quinta-feira, 5 de março de 2009




-What about the letter you wrote me, is that a lie, too?
-No, I wrote the letter.
-Well what did it say?
-It said 'Dear Mister Brenner, I think you need these lovebirds after all. They may help your personality.'
-But you tore it up?
-Yes.
-Why?
-Because it seemed stupid and foolish.
-Like jumping into a fountain in Rome?
-I told you what happened!
-You don't expect me to believe that, do you?
-Oh, I don't give a damn what you believe!
-I'd still like to see you.
-Why?
-I think it might be fun.
-Well it might have been good enough in Rome, but it's not good enough now.
-It is for me.
-Well not for me!
-What do you want?
-I thought you knew! I want to go through life jumping into fountains naked, good night!

domingo, 1 de março de 2009

Boa noite, príncipe

Já há muito que não te “oiço” nem “vejo”, por isso decidi “falar”. É para te dizer que as amendoeiras ainda estão em flor; que Março volta de novo; que a vida por cá se ajeita; que as manhãs estão cada vez mais suaves e as noites também; que a Primavera apetece e com ela os frutos maduros do Verão; que a noite esconde os sorrisos e mostra os dentes e o dia faz o inverso. E para te dizer tudo isto escolhi entoar uma canção de silêncios e abrir o ferrolho enferrujado do coração.