sábado, 27 de janeiro de 2007

ORLA MARÍTIMA

TIRO UM PEDACINHO DO MEU TEMPO QUE É TEU
E ABRO A JANELA
ABRO AS NARINAS
ABRO AS MÃOS
DEIXO A NEBLINA PASSAR
ELA NÃO EXISTE
FAÇO DE CONTA QUE SOU
E SOU A FAZER DE CONTA QUE RESPIRO
NÃO RESPIRO
TRANSPIRO
DOS MEUS POROS SAIS
OLHA!
SERÁ SEMPRE ASSIM?
SERÁ
ÉS COMO A BRISA FRESCA QUE DÓI AO PASSAR
FAZ VIVER
DÓIS-ME QUANDO ENTRAS
CHAMO POR TI
QUERO-TE EM MIM

A ABEIRAR-ME

sábado, 20 de janeiro de 2007

...porque gosto de pés...
os pés das camas, os pés das mesas,
os pés dos amores-perfeitos...

Madrid, 2005

Dança comigo a primeira valsa da Primavera:
dança sem sonhos, esquece as promessas, ninguém nos espera
Já enchi os dias de lutas vazias:
estou gasto, cansado, dormente
E a um pouco de sexo, ou muita poesia, ainda não fico indiferente.
Fala comigo na palavra falsa da fantasia:
chovem amigos na festa da praça do meio dia
É certo que as flores parecem maiores que toda a virtude do mundo:
com um pouco de sexo, ou muita poesia, ainda me sinto profundo
Se este mundo fosse feito para ser doce eu seria doce fosse eu quem fosse.
Foge comigo na última volta da maratona, nada comigo num lago indeciso de metadona.
Já deixei as asas na cave da casa e as chaves no fundo do mar:
com um pouco de sexo, ou muita poesia, ainda nos vamos casar

Valsa Quase Antidepressiva de JP Simões

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

[optical wishes of an expressive white]
Frankfurt, 2007
um dia, de tanto espreitar pela janela, os meus olhos ficaram tristes

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

[B A B E L]

Madrid, 2005

[...] Os Deuses são a encarnação do que nunca poderemos ser.


O cansaço de todas as hipóteses... [...]

Fernando Pessoa in Livro do Desassossego

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007


[as pessoas preferem não olhar

as pessoas preferem não escutar

as pessoas preferem não dizer]

Madrid, 2005

"os intocáveis"