terça-feira, 30 de dezembro de 2008

ATÉ PARA O ANO

ando sempre com um lenço velho atrás
e
não é por estar constipada

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

prosepium
Alleluia Nativita
"gloria in excelsis Deoet in terra pax hominibus bonæ voluntatis"

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

1966

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Uno vuelve siempre
A los viejos sitios
Donde amó la vida

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008




segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Uno vuelve siempre
A los viejos sitios
Donde amó la vida

de Las Simples Cosas, cantado por Chavela Vargas

domingo, 14 de dezembro de 2008

procurar os reflexos

procurar a memória dos reflexos da memória

procurar a procura na memória dos reflexos


encontrar tudo e guardar em reflexo na memória





sexta-feira, 12 de dezembro de 2008



i hope that someone gets

mymessage in a bottle

sexta-feira, 28 de novembro de 2008


C’est pour te manger.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008


atravessar a praça

como quem atravessa a vida

sábado, 22 de novembro de 2008







Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.


Que pena que tenho dele! Ela era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos...

Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...





Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, 1911-1912

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

de profundis amamus

Ontem
às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria


Andámos
dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto
claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros


Olha
como só tu sabes olhar
a rua os costumes


O Público
o vinco das tuas calças
está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nisso


Não faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo
azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro tem
o estranho verbo nosso


Mário Cesariny

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Coimbatore, India, 2007
os deuses e os homens e os homens-deuses
e os deuses-bichos e os bichos-homens e os homens-homens
os deuses-deuses
sobre
os homens e os bichos

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Emocionante:
a ampola partiu-se e, mais tarde, foi restaurada.......
50 cc of Paris Air
1919
Marcel Duchamp
Glass ampoule (broken and later restored)
Height: 5 1/4 inches (13.3 cm)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

fundo de chávena de café

[pontos de vista]

sábado, 1 de novembro de 2008

...vou entrar...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

mis en scene
(....je vous regrette....)


brain
intelligence
mind
intellect
wits


check mate

terça-feira, 28 de outubro de 2008

MATE

domingo, 26 de outubro de 2008

carn amb patates

carne carne carne carne carne carne carne carne






domingo, 19 de outubro de 2008


Que pode uma criatura senão,
entre outras criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?


Carlos Drummond de Andrade

quarta-feira, 15 de outubro de 2008


.......para o Rahul......

Hoje acordei atordoada. A cama parecia um ninho e eu enroscada na folhagem. Sentia o peso das horas sobre as cobertas e sobre mim. Ao fim desta comprida abstinência acabei por me arrastar para um banho demorado. Os banhos são consoladores. Saí para fazer as coisas dos dias e fui parar na Fnac a tomar um café. Numa grande tela estava a ser projectado um filme que me fez demorar por lá.

“Tu na rien vu a Hiroxima”

Fiquei ali quase 90 minutos numa mesa de café atordoada pela história que acontecia na minha frente.
Depois levantei-me sossegada e comprei um livro de um autor que me faz pensar. Voltei a casa e estava tudo no mesmo sítio mas o peso das horas já não repousava nas minhas cobertas.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

etr'acte

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

CH3CH2-O-CH2CH3
QUERO ETER
e um pano de linho

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O TRABALHO DAS NOSSAS MÃOS
EU ERA NOVO E TU SIMULAVAS.
TARDES IMÓVEIS À PORTA DO NOSSO MEDO NAS MAIS
DIFÍCEIS EM QUE TE
OCUPAVAS COM GESTOS E UMA INVENCÍVEL ENTREGA TE
FAZIA INVEJAR AS CHA-
MINÉS E OS SEUS FUMOS.
TU, O TEU SANGUE CREPUSCULAR, DISSOLVIA O MEU
REMORSO DE TER NASCIDO E
DISSOLVIA O PEZ QUE OS OUTROS COLAVAM AO NOSSO
CORPO.
O TEU GESTO DE MOLHAR A LUZ NA TUA PELE DISFARÇAVA
COM CUIDADO QUAL-
QUER ASA DE PECADO.
O NOSSO RECEIO NÃO ERA JÁ DAS CINZAS QUE NOS APOU-
CAM. A LIMPIDEZ DO CEU
TRABALHO DAS NOSSAS MÃOS, ENTREABRIRA-TE OS LÁBIOS
DOUTRA SEDE, PREMA-
NENTE COMO A CHUVA.
.
EU ERA NOVO E TU SIMULAVAS OS MEUS DEDOS DESFO-
LHANDO-SE.
PORQUE O NOSSO PESO ERA DE SÍMBOLOS, DECIDISTE
CRIAR OUTROS.
A DORMIR REFIZEMOS OS NOSSOS FRUTOS DE ALEGRIA E
NUNCA NINGUÉM NOS IM-
PORTUNOU COM TARJAS TRISTES À NOSSA PORTA. A VIVER
REFIZEMOS AS COISAS E
O SEU GUME, NA EVIDÊNCIA DO QUE EXISTE.
DESPIAS SORRIDENTE, DESLUMBRADA, AQUELE QUÊ DE
AUSENTE NA CARNE DAS
ESTÁTUAS, E NADA QUE NÃO FOSSE EXACTO TURBAVA OS
TEUS OLHOS. A TERRA
ABRIA-SE PARA A CHUVA ENQUANTO A SEMENTE DO DIA
ENTRAVA NO BICO DOS
PÁSSAROS. HAVIA UM GESTO DE ELEVAÇÃO.
.
EU SIMULAVA VER UM BARCO INCENDIADO, UM MAR DE
LIXIVIA A ARDER E AS REN-
DAS DA NOITE CREPITANDO. OUVES AINDA O RUMOR DAS
ESTRELAS DE QUE, NOS
DECLIVES, DEPENDIAM NOSSOS PASSOS? UM PEDESTAL DE
ÓCIO SUSTINHA AS ES-
TÁTUAS DO VALE, INERTES DE DESTERRO, TODAS DE ROSTO
SEMELHANTE, EXISTIN-
DO DE AUSÊNCIA ERGUIDA.
NESSA HORA O LINHO QUE NOS COBRIA TINHA QUALQUER
COISA DE FEROZ E RECLA-
MAVA SANGUE.
O BRANCO ENSINOU-NOS A ESPADA. A ESPADA A CORAGEM
DE A SABER INÚTIL.
UM DIA DISSESTE A FITAR OS OLHOS DE IMENSAS COISAS -
QUE AO MENOS NOS
SALVEMOS NÓS! - DÓI-ME O CORPO DE ESPERAR...
António Dacosta

sexta-feira, 12 de setembro de 2008


segunda-feira, 28 de julho de 2008

na senda de Miguel Torga

Passeio


olho as pedras roladas do teu leito,

rio de sonho que me desafias

a cantar, a cantar noites e dias,

como um velho poeta insatisfeito.


pedras roladas, os teus versos brancos,

jóias de inspiração

arrancadas ao sono dos barrancos

e a brilhar no trajecto da canção.


Miguel Torga

Gerês, 8 de Agosto de 1952

sexta-feira, 4 de julho de 2008

fotografia de H.T.
no comments 3

quarta-feira, 2 de julho de 2008

no comments 2

no comments

sexta-feira, 27 de junho de 2008

ERA UMA VEZ...............
Caminha, 27 de Junho de 1993

sexta-feira, 30 de maio de 2008

porque 26 é quase 27

domingo, 25 de maio de 2008

....


"Les plats du premier service sont toujours les plus chauds."


....

domingo, 18 de maio de 2008

Untitled "Personal Sentimentalism in Photography (Shashin shijo shugi)"

Araki

2000/2005

B&W print
20 x 24 inches

sexta-feira, 2 de maio de 2008

não voltarás a sentar-te onde me sento agora, na cadeira
a mesma cadeira, como quem joga os mesmos números a confiar na sorte
o olhar poisava nos telhados dos velhos armazéns atravessados pelo tempo
agora quintais envelhecidos pelo mesmo tempo
já sem tanques pintados de amarelo, já sem roupa, sem cigarros, sem horas tardias e sem

a gaze do fundo
sem o pano de boca
e as palavras mergulhadas em éter para não perderem a forma
e o formol injectado no coração da gaivota e ela a fechar os olhos devagar, a perder a força
já não me abres a porta e as malas para voltar a fechar e pôr tudo no lugar

o lugar vazio onde me sento sem força a fechar os olhos devagar
a Mimi foi embora para outro quintal à procura da morte
e tu a perguntares pelas máscaras, pela Maria que odiava a mãe e boiava sem vida num bocado de rio
tocas para mim no piano da tua avó o silêncio ermo
tinhas os dedos de criança e com eles escrevias os restolhos das cabras e da noite
o asfalto tem fome de ternura
não voltarei a cair em tentação

quinta-feira, 24 de abril de 2008


quinta-feira, 10 de abril de 2008

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segunda-feira, 3 de março de 2008

....track....

Vapi, India, 2008


terça-feira, 1 de janeiro de 2008

8888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888888
e estou afadigada....
o peso