Carpe diem
frame de curta-metragem de Francis Picabia, Erik Satie, René Clair, Marcel Duchamp, Man Ray e Jean Borlin
Confias no incerto amanhã?
Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma substitua o riso claro de um corpo que te exige o prazer?
Fogem-te, por entre os dedos, os instantes; e nos lábios dessa que amaste morre um fim de frase, deixando a dúvida definitiva.
Um nome inútil persegue a tua memória, para que o roubes ao sono dos sentidos.
Porém, nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias; e abraças a própria figura do vazio.
Então, por que esperas para sair ao encontro da vida, do sopro quente da primavera, das margens visíveis do humano?
"Não", dizes, "nada me obrigará à renúncia de mim próprio - nem esse olhar que me oferece o leito profundo da sua imagem!"
Louco, ignora que o destino, por vezes, se confunde com a brevidade do verso.
de Nuno Júdice
4 comentários:
vivo sempre o hoje.
mesmo que as vezes custe perder parte do amanha...
mas é no hoje que sou feliz.
Fruir cada minuto (quase como se fosse o último)
É estranho no mundo de cortes e colagens em que vivemos, Marcel Duchamp não tenha o protagonismo e que reconhecimento que merece, enfim...
Eu sou fã, faz-me pensar, assim como cada um dos seus posts.
Acho que é mutuo e como é sexta feira e está a chover e as temperaturas vão baixar tomei a liberdade de fazer um comentário mais ao sentimento.
Eu confio cegamente no incerto do amanha.
alcebiades, não te importas e tratas-me por tu! ;)
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