quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Carpe diem
frame de curta-metragem de Francis Picabia, Erik Satie, René Clair, Marcel Duchamp, Man Ray e Jean Borlin
Confias no incerto amanhã?
Entregas às sombras do acaso a resposta inadiável?
Aceitas que a diurna inquietação da alma substitua o riso claro de um corpo que te exige o prazer?
Fogem-te, por entre os dedos, os instantes; e nos lábios dessa que amaste morre um fim de frase, deixando a dúvida definitiva.
Um nome inútil persegue a tua memória, para que o roubes ao sono dos sentidos.
Porém, nenhum rosto lhe dá a forma que desejarias; e abraças a própria figura do vazio.
Então, por que esperas para sair ao encontro da vida, do sopro quente da primavera, das margens visíveis do humano?

"Não", dizes, "nada me obrigará à renúncia de mim próprio - nem esse olhar que me oferece o leito profundo da sua imagem!"

Louco, ignora que o destino, por vezes, se confunde com a brevidade do verso.

de Nuno Júdice

4 comentários:

[ momentos ] disse...

vivo sempre o hoje.

mesmo que as vezes custe perder parte do amanha...

mas é no hoje que sou feliz.

Sílvia Alves disse...

Fruir cada minuto (quase como se fosse o último)

Anónimo disse...

É estranho no mundo de cortes e colagens em que vivemos, Marcel Duchamp não tenha o protagonismo e que reconhecimento que merece, enfim...
Eu sou fã, faz-me pensar, assim como cada um dos seus posts.

Acho que é mutuo e como é sexta feira e está a chover e as temperaturas vão baixar tomei a liberdade de fazer um comentário mais ao sentimento.

Eu confio cegamente no incerto do amanha.

Sílvia Alves disse...

alcebiades, não te importas e tratas-me por tu! ;)