sábado, 25 de novembro de 2006

AS MÃOS
caneta rollerball sobre papel



ao António Quadros
Componho com as linhas dos meus dedos outros puros
cujas pontas façam girar nenhum raio sucessivo
de sol Dedos sem o cadastro de enlaces doendo
e se declamo ficções que eles escorem
Sem par noutras mãos Nem fundos na algibeira
mexidamente obscenos e a salvo da garra dos gatilhos
Dedos com um horizonte de pálpebra baixando
que assim não acordem as formas tacteadas
donde um sono mane estrie os espaços vedados
Dedos de que mesmo a chuva escorra sem uma lágrima
Ou os que já compus e assinam adiam o poema.

Sebastião Alba

2 comentários:

[ momentos ] disse...

bonito. como sempre.

Anónimo disse...

Difícil é arder por comentar e não conseguir.
Ainda bem, acho...