O DESASSOSSEGO
["São as pessoas que habitualmente me cercam, são as almas que,
desconhecendo-me, todos os dias me conhecem com o convívio e a fala, que
me põem na garganta do espírito o nó salivar do desgosto físico. É a sordidez
monótona da sua vida, paralela à exterioridade da minha, é a sua
consciência íntima de serem meus semelhantes, que me veste o traje de
forçado, me dá a cela de penitenciário, me faz apócrifo e mendigo."]
Fernando Pessoa in O Livro do Desassossego - fragmento 36, Composto por Bernardo Soares,ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.
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