sábado, 22 de novembro de 2008







Ao entardecer, debruçado pela janela,
E sabendo de soslaio que há campos em frente,
Leio até me arderem os olhos
O livro de Cesário Verde.


Que pena que tenho dele! Ela era um camponês
Que andava preso em liberdade pela cidade.
mas o modo como olhava para as casas,
E o modo como reparava nas ruas,
E a maneira como dava pelas cousas,
É o de quem olha para árvores,
E de quem desce os olhos pela estrada por onde vai andando
E anda a reparar nas flores que há pelos campos...

Por isso ele tinha aquela grande tristeza
Que ele nunca disse bem que tinha,
Mas andava na cidade como quem anda no campo
E triste como esmagar flores em livros
E pôr plantas em jarros...





Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos, 1911-1912

4 comentários:

observatory disse...

bom...

antes de mais...

na tua caixa de verificação, escrito a verde: "thipa". o que estas cxs inventam.


é verdade. cesario. como dava atençao ao pormenor das ruas. da luz e das sombras... do escuro das 5 horas...

um cha de menta... um livro.. uma caminhada... castanhas... doce de abobora e requeijao...

um observador

é tao bonito este cesario VERDE

observatory disse...

agora...

saiu-me "vinet"

come me enganei saiu

"amili"

Sílvia Alves disse...

às 5 horas o sol brilha na minha cabeça....lá no alto a observar....a meio do caminho

observatory disse...

nao sei perder a memoria



ps: "doutl"