domingo, 24 de junho de 2007

O DESASSOSSEGO
Lisboa , 1998



["São as pessoas que habitualmente me cercam, são as almas que,

desconhecendo-me, todos os dias me conhecem com o convívio e a fala, que

me põem na garganta do espírito o nó salivar do desgosto físico. É a sordidez

monótona da sua vida, paralela à exterioridade da minha, é a sua

consciência íntima de serem meus semelhantes, que me veste o traje de

forçado, me dá a cela de penitenciário, me faz apócrifo e mendigo."]


Fernando Pessoa in O Livro do Desassossego - fragmento 36, Composto por Bernardo Soares,ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa.

Sem comentários: