sexta-feira, 30 de maio de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
domingo, 18 de maio de 2008
sexta-feira, 2 de maio de 2008
não voltarás a sentar-te onde me sento agora, na cadeira
a mesma cadeira, como quem joga os mesmos números a confiar na sorte
o olhar poisava nos telhados dos velhos armazéns atravessados pelo tempo
agora quintais envelhecidos pelo mesmo tempo
já sem tanques pintados de amarelo, já sem roupa, sem cigarros, sem horas tardias e sem
a gaze do fundo
sem o pano de boca
e as palavras mergulhadas em éter para não perderem a forma
e o formol injectado no coração da gaivota e ela a fechar os olhos devagar, a perder a força
já não me abres a porta e as malas para voltar a fechar e pôr tudo no lugar
o lugar vazio onde me sento sem força a fechar os olhos devagar
a Mimi foi embora para outro quintal à procura da morte
e tu a perguntares pelas máscaras, pela Maria que odiava a mãe e boiava sem vida num bocado de rio
tocas para mim no piano da tua avó o silêncio ermo
tinhas os dedos de criança e com eles escrevias os restolhos das cabras e da noite
o asfalto tem fome de ternura
não voltarei a cair em tentação